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Guia Foca GNU/Linux
Capítulo 21 - Personalização do Sistema


Este capítulo ensina como personalizar algumas características de seu sistema GNU/Linux.


21.1 Variáveis de Ambientes

É um método simples e prático que permite a especificação de opções de configuração de programas sem precisar mexer com arquivos no disco ou opções. Algumas variáveis do GNU/Linux afetam o comportamento de todo o Sistema Operacional, como o idioma utilizado e o path (veja path, Seção 7.2) . Variáveis de ambientes são nomes que contém algum valor e tem a forma Nome=Valor. As variáveis de ambiente são individuais para cada usuário do sistema ou consoles virtuais e permanecem residentes na memória RAM até que o usuário saia do sistema (logo-off) ou até que o sistema seja desligado.

As variáveis de ambiente são visualizadas/criadas através do comando set ou echo $NOME (apenas visualiza) e exportadas para o sistemas com o comando export NOME=VALOR.

Nos sistemas Debian, o local usado para especificar variáveis de ambiente é o /etc/environment (veja Arquivo /etc/environment, Seção 21.8). Todas as variáveis especificadas neste arquivos serão inicializadas e automaticamente exportadas na inicialização do sistema.

Exemplo: Para criar uma variável chamada TESTE que contenha o valor 123456 digite: export TESTE=123456. Agora para ver o resultado digite: echo $TESTE ou set|grep TESTE. Note que o $ que antecede o nome TESTE serve para identificar que se trata de uma variável e não de um arquivo comum.


21.2 Modificando o Idioma usado em seu sistema

O idioma usado em seu sistema pode ser modificado facilmente através das variáveis de ambiente. Atualmente a maioria dos programas estão sendo localizados. A localização é um recurso que especifica arquivos que contém as mensagens do programas em outros idiomas. Você pode usar o comando locale para listar as variáveis de localização do sistema e seus respectivos valores. As principais variáveis usadas para determinar qual idioma os programas localizados utilizarão são:

As mensagens de localização estão localizadas em arquivos individuais de cada programa em /usr/share/locale/[Idioma]/LC_MESSAGES . Elas são geradas através de arquivos potfiles (arquivos com a extensão .po ou .pot e são gerados catálogos de mensagens .mo. As variáveis de ambiente podem ser especificadas no arquivo /etc/environment desta forma as variáveis serão carregadas toda a vez que seu sistema for iniciado. Você também pode especificar as variáveis de localização em seu arquivos de inicialização .bash_profile, .bashrc ou .profile assim toda a vez que entrar no sistema, as variáveis de localização personalizadas serão carregadas.

Siga as instruções a seguir de acordo com a versão de sua distribuição Debian:

Debian 4.0

Acrescente a linha pt_BR ISO-8859-1 no arquivo /etc/locale.gen, rode o utilitário locale-gen para gerar os locales. Agora acrescente as variáveis de localização no arquivo /etc/locale.def seguindo a forma:

     export LANG=pt_BR
     export LC_ALL=pt_BR
     export LC_MESSAGES=pt_BR

Note que o arquivo /etc/environment também pode ser usado para tal tarefa, mas o locales.def foi criado especialmente para lidar com variáveis de localização na Debian 4.0.

Para as mensagens e programas do X-Window usarem em seu idioma local, é preciso colocar as variáveis no arquivo ~/.xserverrc do diretório home de cada usuário e dar a permissão de execução neste arquivo (chmod 755 .xserverrc). Lembre-se de incluir o caminho completo do arquivo executável do seu gerenciador de janelas na última linha deste arquivo (sem o & no final), caso contrário o Xserver será finalizado logo após ler este arquivo.

Abaixo exemplos de localização com as explicações:

É recomendável usar a variável LC_ALL para especificar o idioma, desta forma todos os outras variáveis (LANG, MESSAGES, LC_MONETARY, LC_NUMERIC, LC_COLLATE, LC_CTYPE e LC_TIME) serão configuradas automaticamente.


21.3 alias

Permite criar um apelido a um comando ou programa. Por exemplo, se você gosta de digitar (como eu) o comando ls --color=auto para ver uma listagem longa e colorida, você pode usar o comando alias para facilitar as coisas digitando: alias ls='ls --color=auto' (não se esqueça da meia aspa 'para identificar o comando'). Agora quando você digitar ls, a listagem será mostrada com cores.

Se você digitar ls -la, a opção -la será adicionada no final da linha de comando do alias: ls --color=auto -la, e a listagem também será mostrada em cores.

Se quiser utilizar isto toda vez que entrar no sistema, veja Arquivo .bash_profile, Seção 21.5 e Arquivo .bashrc, Seção 21.6.


21.4 Arquivo /etc/profile

Este arquivo contém comandos que são executados para todos os usuários do sistema no momento do login. Somente o usuário root pode ter permissão para modificar este arquivo.

Este arquivo é lido antes do arquivo de configuração pessoal de cada usuário (.profile(root) e .bash_profile).

Quando é carregado através de um shell que requer login (nome e senha), o bash procura estes arquivos em seqüência e executa os comandos contidos, caso existam:

  • /etc/profile

  • ~/.bash_profile

  • ~/.bash_login

  • ~/.profile

  • Ele interrompe a pesquisa assim que localiza o primeiro arquivo no diretório do usuário (usando a sequência acima). Por exemplo, se você tem o arquivo ~/.bash_login e ~/.bash_profile em seu diretório de usuário, ele processará o /etc/profile e após isto o ~/.bash_profile, mas nunca processará o ~/.bash_login (a menos que o ~/.bash_profile seja apagado ou renomeado).

    Caso o bash seja carregado através de um shell que não requer login (um terminal no X, por exemplo), o seguinte arquivo é executado: ~/.bashrc.

    Observação: Nos sistemas Debian, o profile do usuário root está configurado no arquivo /root/.profile. A razão disto é porque se o bash for carregado através do comando sh, ele fará a inicialização clássica deste shell lendo primeiro o arquivo /etc/profile e após o ~/.profile e ignorando o .bash_profile e .bashrc que são arquivos de configuração usados somente pelo Bash. Exemplo, inserindo a linha mesg y no arquivo /etc/profile permite que todos os usuários do sistema recebam pedidos de talk de outros usuários. Caso um usuário não quiser receber pedidos de talk, basta somente adicionar a linha mesg n no arquivo pessoal .bash_profile.


    21.5 Arquivo .bash_profile

    Este arquivo reside no diretório pessoal de cada usuário. É executado por shells que usam autenticação (nome e senha). .bash_profile contém comandos que são executados para o usuário no momento do login no sistema após o /etc/profile. Note que este é um arquivo oculto pois tem um "." no inicio do nome.

    Por exemplo colocando a linha: alias ls='ls --colors=auto' no .bash_profile, cria um apelido para o comando ls --colors=auto usando ls, assim toda vez que você digitar ls será mostrada a listagem colorida.


    21.6 Arquivo .bashrc

    Possui as mesmas características do .bash_profile mas é executado por shells que não requerem autenticação (como uma seção de terminal no X).

    Os comandos deste arquivo são executados no momento que o usuário inicia um shell com as características acima. Note que este é um arquivo oculto pois tem um "." no inicio do nome.


    21.7 Arquivo .hushlogin

    Deve ser colocado no diretório pessoal do usuário. Este arquivo faz o bash pular as mensagens do /etc/motd, número de e-mails, etc. Exibindo imediatamente o aviso de comando após a digitação da senha.


    21.8 Arquivo /etc/environment

    Armazena as variáveis de ambiente que são exportadas para todo o sistema. Uma variável de ambiente controla o comportamento de um programa, registram detalhes úteis durante a seção do usuário no sistema, especificam o idioma das mensagens do sistema, etc.

    Exemplo do conteúdo de um arquivo /etc/environment:

         LANG=pt_BR
         LC_ALL=pt_BR
         LC_MESSAGES=pt_BR
    

    21.9 Diretório /etc/skel

    Este diretório contém os modelos de arquivos .bash_profile e .bashrc que serão copiados para o diretório pessoal dos usuários no momento que for criada uma conta no sistema. Desta forma você não precisará configurar estes arquivos separadamente para cada usuário.


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    Guia Foca GNU/Linux

    Versão 5.65 - domingo, 05 de setembro de 2010

    Gleydson Mazioli da Silva gleydson@guiafoca.org